Blog do Pablo Miyazawa

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Se a nudez é algo comum nas capas de revistas, o bumbum ainda é um tabu
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Pablo Miyazawa

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Kim Kardashian causou de novo.

Dessa vez, a estrela midiática (e mulher de Kanye West) mostrou o traseiro desnudo na capa da revista “Paper”, fotografada por Jean-Paul Goude. É claro que a capa acima é a versão 1, mais comportada. Para ver a já famosa capa 2, aquela que fez a internet entrar em parafuso, clique aqui.

Não que a nudez fosse uma novidade para Kim, muito menos para as capas de revistas. Aparecer como se veio ao mundo é uma tática recorrente em publicações de cultura pop – e não estou incluindo nesse grupo as ditas “masculinas” como a “Playboy”. A “Rolling Stone” foi uma das pioneiras em colocar as celebridades em situações de nudez, e a tendência seguiu com força nos anos 1990, persistindo até hoje. Recentemente, a publicação americana exibiu os cofrinhos da atriz Julia Louis-Dreyfus e do apresentador Jimmy Kimmel.

“Esquire”, “GQ” e “Vanity Fair” são outras das publicações de peso que se utilizam constantemente do recurso do nu, mas revistas de moda como “Vogue”, “W” e “Lui” também não se furtam a tirar as roupas de suas modelos sempre que possível.

Decotes, seios, pernas e poses provocantes são o praxe de qualquer revista que se diga “ousada”. Mas me parece que a bunda ainda é um tabu no universo editorial – mesmo os traseiros masculinos pouco aparecem por aí. Seria por medo de rejeição por parte dos consumidores conservadores? (Duvido). Ou por que esse seria o limite do que se é permitido expor no meio impresso? (Mais provável). Seja como for, nádegas em capas são raridades. Selecionei a seguir algumas poucas que corajosamente mostraram retaguardas famosas com não tanta vergonha.

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Kate Moss na revista “Lui”
Março de 2014 – Foto por Terry Richardson
A ousada revista francesa de moda já despiu muita gente nos últimos tempos – de Rihanna a Gisele Bündchen –, mas ninguém se expôs tanto ali quanto a top model mais controversa dos últimos 20 anos.

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Jennifer Aniston na “Rolling Stone”
Março de 1996 – Foto por Mark Seliger
Jennifer era a onipresente namoradinha da América na época, graças ao sucesso como a Rachel de “Friends”. A bela capa chocou tanto pela ousadia como pela naturalidade com que a atriz se deixou revelar.

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Kylie Minogue na “GQ Italia”

Agosto de 2014 – Foto por Steve Shaw
A pose inspirada na famosa propaganda do protetor solar Coppertone não é novidade no mundo editorial – ela já foi imitada por Jim Carrey na “Rolling Stone” e Carmen Electra na “Esquire”. O resultado é sempre mais divertido do que ousado.

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Scarlett Johansson e Keira Knightley na “Vanity Fair”
Março de 2006 – Foto por Annie Leibovitz
As jovens estrelas de Hollywood tiraram tudo para a “Vanity Fair”, mas Scarlett foi mais ousada, adiantando ao mundo a região de seu corpo que ficaria famosa anos mais tarde – infelizmente por causa de uma selfie vazada.

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John Lennon e Yoko Ono na “Rolling Stone”
Janeiro de 1981 (EUA) / Janeiro de 2011 (Brasil) – Foto por Annie Leibovitz
Talvez a capa de revista mais famosa e premiada de todos os tempos. Além da nudez do beatle, ela chocou pela circunstância macabra: a foto foi tirada algumas horas antes de Lennon ser assassinado em Nova York, em 8 de dezembro de 1980.

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Quer “ressuscitar” um artista morto? Assista e ouça uma entrevista inédita
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Pablo Miyazawa

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Discutir assuntos do presente por meio de vozes do passado. Essa é a proposta ambiciosa do site Blank on Blank.

O slogan define o objetivo melhor ainda: “Famous Names, Lost Interviews”. O projeto existe desde 2012 e é uma parceria entre o PBS Digital Studios e o Quoted Studios, uma produtora de conteúdo sem fins lucrativos cuja missão é “preservar e reimaginar a entrevista norte-americana”. A ideia é desenvolver soluções digitais diferenciadas para reformular conteúdos perdidos, empoeirados ou inéditos, utilizando, nas palavras dos produtores, “nossas raízes jornalísticas e sensibilidade”.

Como isso funciona na prática? A equipe do Blank on Blank entra em contato com jornalistas, estações de rádio e emissoras de TV, buscando gravações de entrevistas antigas, principalmente com personalidades que já morreram. Além disso, eles também pedem colaborações a jornalistas independentes dispostos a ceder seus arquivos pessoais. De posse do áudio, eles analisam o material, editam os melhores trechos do papo entre o entrevistador e o entrevistado e entregam o conteúdo nas mãos de um animador, que dá uma nova linguagem visual à conversa.

O resultado, como dá para imaginar, é fascinante. Já pedindo desculpas pelo trocadilho, os astros mortos ganham vida com as novas roupagens que embalam suas palavras Por mais estranho que seja, é possível enxergar e ouvir os artistas por um ponto de vista mais exposto e humanizado, mesmo que estejam escondidos por trás das animações. E mesmo que algumas dessas entrevistas sejam muito antigas e não sejam exatamente inéditas, a sensação que os vídeos proporcionam é de frescor e novidade. Ao menos por cinco minutos, é como se aqueles caras ainda andassem sobre a Terra e fizessem as coisas que costumavam fazer tão bem.

E a parte boa é que o Blank on Blank continua a postar novos vídeos religiosamente a cada duas semanas. Selecionei a seguir os meus sete favoritos, mas o site tem algumas dezenas mais para você aproveitar.

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John Lennon e Yoko Ono – Por Howard Smith
No auge dos conflitos internos entre os Beatles, o casal mais famoso do rock cai na cama e nos ensina que tudo o que precisamos é mesmo de amor.

Kurt Cobain – Por John Savage
O mito do Nirvana fala sobre a inadequação que sentia na época de estudante e revela que chegou a se questionar se seria ou não gay.

Philip Seymour Hoffman – Por Simon Critchley
Em um bate-papo diante de fãs em 2012, o ator discute o significado da palavra felicidade e se questiona sobre seu perturbado estado de espírito.

Michael e Janet Jackson – Por John Pidgeon
Na entrevista conjunta (em que o repórter se dirige a Janet, que então faz a pergunta a Michael), os irmãos Jackson vislumbram a existência de Deus.

Jim Morrison – Por Howard Smith
Para o mito do The Doors, beleza era algo relativo. Nessa conversa surreal, ele fala sobre excesso de peso e relata seus hábitos alimentares da época da faculdade.

Jimi Hendrix – Por Keith Altham
As palavras do maior guitarrista de todos os tempos ganham contornos mórbidos quando sabemos que essa foi a última conversa gravada antes de sua morte.

Heath Ledger – Por Christine Spines
Falando do set de “O Segredo de Brokeback Mountain”, o melhor Coringa da história fala sobre a arte de interpretar e a vida a dois com a atriz Michelle Williams.


As 7 melhores músicas que Paul McCartney não tocará no Brasil (mas deveria)
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Pablo Miyazawa

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Paul no Brasil: cada show deverá ter 39 músicas, das quais 26 dos Beatles. (Foto: Pablo Miyazawa)

Paul McCartney faz hoje o primeiro de uma série de cinco shows no Brasil.

Este é o quarto ano seguido em que o eterno beatle se apresenta por aqui. E hoje, em Cariacica (região metropolitana de Vitória), ele fará o décimo-sexto show em palcos do país: foram dois em 1990 (Rio de Janeiro), dois em 1993 (São Paulo e Curitiba), três em 2010 (Porto Alegre e São Paulo), dois em 2011 (Rio), três em 2012 (Recife, Florianópolis) e três em 2013 (Belo Horizonte, Goiânia e Fortaleza). E além do Espírito Santo, ainda tocará no Rio (12/11), Brasília (23) e São Paulo (25 e 26).

Verdade seja dita, apesar de algumas surpresas ocasionais, McCartney tem feito shows bastante previsíveis no que diz respeito ao repertório. Tirando as faixas mais famosas da época do Wings e algumas dos discos solo mais recentes (dessa vez ele apresenta o álbum “New”, de 2013), ele concentra a maior parte do set list de quase 40 músicas – cerca de 65%! – para músicas dos Beatles. Veja a provável lista aqui. Bem, ele pode. Você não faria o mesmo se fosse um dos compositores da maior banda de todos os tempos?

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Macca curte o Brasil em Goiânia, em 2013: o país virou porto obrigatório. (Foto: Pablo Miyazawa)

Mesmo quem já viu outros shows de McCartney espera pelos clássicos óbvios. E é claro que ele é praticamente obrigado a tocar “Yesterday”, “Hey Jude”, “Let it Be”, “Back in the U.S.S.R.” e “The Long and Winding Road” até o fim da vida – e essas nunca faltaram por aqui. Mas se quiser variar um pouco e demonstrar um carinho extra pelo fã brasileiro, Macca poderia nos reservar umas surpresinhas diferentes. Fica abaixo minha sugestão de sete faixas que pouco (ou nunca) aparecem no repertório do beatle, e que certamente deixariam os shows ainda mais interessantes.

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“Here, There and Everywhere” (“Revolver”, 1966)
Nem é preciso ser fã radical para considerar esta uma das músicas mais bonitas escritas por Paul McCartney (que já declarou que esta é uma das favoritas dele). Ainda assim, a bela balada aparece esporadicamente no repertório desde 2003 – segundo o site colaborativo Setlist.fm, a última vez que ele a tocou em um show foi em 2008. Os brasileiros ainda tiveram a chance de conferi-la nos dois shows que Macca fez no Brasil em 1993, e nunca mais.


“Fixing a Hole”
(“Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, 1967)
Outra faixa não convencional da era psicodelica dos Beatles que pode ser identificada de longe como típica obra de McCartney. Ele a apresentou diversas vezes nas turnês de 1993 e 2005, mas nunca mais a tirou da gaveta. O que significa que os brasileiros ainda não presenciaram a música ao vivo – é difícil que ele faça isso dessa vez, mas quem aí se arrisca a levar um cartaz com o pedido?


“Maxwell’s Silver Hammer”
(“Abbey Road”, 1969)
“Why Don’ We Do it in the Road” (“Álbum Branco”, 1968)
Duas realmente “inéditas”: McCartney jamais as tocou ao vivo em suas turnês pós-Beatles. A primeira, do último álbum gravado pelo Fab Four, é composição solitária dele, e ficou de fora do “Álbum Branco” provavelmente por ser muito complicada (os parceiros assumidamente não gostavam da faixa). Já ‘Why Don’t We Do it…” foi escrita e gravada inteiramente por Paul, que apenas chamou Ringo Starr para adicionar a bateria (John Lennon não foi avisado previamente, e jamais perdoou o ex-parceiro por isso). Talvez pela natureza controversa dessas músicas, Paul prefere não relembrá-las hoje em dia. Mas há um consolo: ele já recitou as letras de ambas em um evento em Nova York, em 2001 (veja o vídeo).


“You Won’t See Me”
(“Rubber Soul”, 1965)
Faixa de mais longa duração gravada pela banda até 1965 (três minutos e vinte segundos), esta é outra das composições de McCartney que não foram tocadas ao vivo pelos Beatles originais, mas que ganharam vida quando o baixista começou a revisitar a carreira nas turnês mais recentes. Porém, já se vão 10 anos desde que ele a apresentou em um palco. Se decidir tocá-la em algum dos shows no Brasil, será um fato inédito. Pode ser difícil de acontecer, mas não custa nada pedir.


“Hello Goodbye”
(“Magical Mystery Tour”, 1967)
Das canções emblemáticas de Paul que não fazem parte da turnê atual, esta talvez seja a menos rara e mais frequente: ele já a tocou por aqui um punhado de vezes (duas no Rio na primeira turnê, em 1990, no Rio novamente em 2011, e em Recife em 2012). Mas já faz dois anos que a faixa, que fez sucesso quando lançada em compacto duplo no Brasil em 1967, foi excluída do repertório padrão de McCartney. Será que poderia voltar em algum dos shows por aqui?


“She’s Leaving Home”
(“Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, 1967)
É uma das músicas mais belas da história dos Beatles, e também uma das últimas escritas em conjunto pela dupla Lennon e McCartney. Mas talvez pelo arranjo orquestrado da versão original (há instrumentos de corda, inclusive uma harpa) e andamento lento, Paul raramente a apresenta nos shows – a última vez ocorreu na turnê de 2003. O vídeo abaixo mostra uma emocionante performance na Praça Vermelha, em Moscou, que deixa claro que nenhum fã brasileiro reclamaria se pudesse enfim conferi-la ao vivo.


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